Simulador reproduz ambiente marinho do peixe meros

Simulador reproduz ambiente marinho do peixe meros

O estudante e desenvolvedor do simulador William Fabiano da Silva Filho Foto: Gabriel Marchi

Projeto Meros do Brasil e Instituto Tecnológico Federal do Paraná utilizam a realidade virtual como ferramenta para educação ambiental

Um ambiente marinho que pode ser vivenciado com a ajuda da realidade virtual é a nova atração do Projeto Meros do Brasil, patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental. Através de um aplicativo desenvolvido pelos estudantes do Instituto Tecnológico Federal do Paraná (IFPR – campus Curitiba), William Fabiano da Silva Filho e Eduardo Skalecki Cardon, os usuários têm a chance de mergulhar com o peixe mero, espécie de garoupa gigante que está criticamente ameaçada de extinção, e conhecer um dos ambientes onde ele vive.

A supervisora de educação ambiental do Meros no Paraná, Patricia Zeni de Sá, conta que a ferramenta que acaba de ser lançada na Play Store para download gratuito tem sido muito utilizada nas ações de educação ambiental do Projeto. “Em uma das atividades que participei, uma senhora de 92 anos, usou o óculos e ao final da experiência disse que estava muito agradecida, era a primeira vez que havia mergulhado e que estava emocionada com as belezas do fundo do mar”.

Segundo o coordenador do Projeto Meros no Paraná, Matheus Freitas, o ecossistema recriado no aplicativo foi inspirado nos costões rochosos da região sul e sudeste do Brasil. No litoral do Paraná, por exemplo, é possível observar esse ambiente em Matinhos, Guaratuba e Pontal do Paraná.

“No mergulho da realidade virtual é possível encontrar meros, pirajicas, águas-vivas, tartarugas e algumas espécies de algas e corais. Toda essa biodiversidade marinha ocorre no litoral do Paraná”, lembra Matheus.

Simulador reproduz ambiente marinho do peixe meros

Eduardo Skalecki Cardon Foto: Gabriel Marchi

Desenvolvimento em equipe – O simulador de realidade virtual Meros VR é o primeiro aplicativo lançado na Play Store pelo IFPR campus de Curitiba. “O desenvolvimento do ambiente marinho e dos padrões de movimentação levou três meses, depois tivemos mais um mês de trabalho dedicado somente às adequações necessárias e validações para finalmente disponibilizar na loja”, conta a professora Carla Hamel Wocjcik Garcia, orientadora do Projeto.  

Além da professora, participaram diretamente do desenvolvimento dois estudantes do curso técnico em programação de Jogos Digitais, Eduardo Skalecki Cardon e William Fabiano da Silva, e os professores Fabio Luiz Pessoa Albini, Denise Maria Vecino Sato e Mônica Naomy Nakagawa. A equipe do projeto Meros auxiliou com informações sobre o ambiente e as espécies marinhas. 

Para Matheus Freitas, disponibilizar o aplicativo de maneira pública e gratuita corrobora com os objetivos da Década do Oceano na divulgação da ciência e de ações de conservação do oceano e de espécies marinhas como os meros.

“A importância é disseminar o contato com a espécie, que é ameaçada. Quanto mais as pessoas puderem conhecer, mesmo que virtualmente, o mero, mais ficarão conscientes sobre a necessidade de proteção da espécie”, afirma a professora e orientadora Denise Sato.

Como funciona – O simulador MEROS VR deve ser utilizado junto a um óculos de realidade virtual com um controle. O usuário é inserido no ambiente do peixe mero e pode se aproximar ou afastar do ambiente e do peixe utilizando o controle. O simulador já estava disponível nos dois espaços interativos do Projeto Meros do Brasil no Rio de Janeiro, no Aquário Marinho do Rio (AquaRio), e no Museu de História Natural Capão da Imbuia, em Curitiba. O app também está disponível na Apple Store e na Play Store.

Sobre o Meros do Brasil – Espécie ameaçada de extinção, o mero, nome científico Epinephelus itajara, é um peixe marinho da família Epinephelidae, a mesma de outras grandes garoupas, como chernes e badejos. Presente em grande parte da costa brasileira, o mero chega a viver 40 anos e a pesar até 400kg. Por sua imponência, pelo risco de extinção e importância para o ecossistema marinho, o mero tornou-se em 2002 a primeira espécie de peixe a receber uma moratória específica que estabeleceu a proibição da captura, transporte e comercialização no Brasil. Para promover a conservação dos meros e dos ambientes costeiros-marinhos, o Projeto Meros do Brasil, presente em nove estados do país. O Projeto Meros do Brasil realiza ações voltadas para a conservação da sociobiodiversidade por meio de pesquisa científica, educação, comunicação e da arte, e busca envolver as comunidades locais valorizando o seu conhecimento e toda a sociedade.

Mais informações em https://www.merosdobrasil.org/


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